Entrevista Marcos Paulo Destefeni, presidente da ACIT
“Toledo tem um crescimento que se destaca no Estado e ambiente de negócios propício para investimentos”.
Em entrevista exclusiva ao Orca Contabilidade, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Toledo (ACIT), o empresário Marcos Paulo Destefeni, fala do desenvolvimento econômico de Toledo, reformas da Previdência e Tributária; expectativas para o segundo semestre, entre outros assuntos.
Toledano, filho de pioneiros, Marcos Paulo Destefeni, 46 anos, graduado em Ciência da Computação, é empresário no setor de telecomunicações. Está na segunda gestão como presidente da Associação Comercial e Empresarial de Toledo (ACIT), que vai até março de 2020. Atua no meio associativista há cerca de 15 anos, tendo sido um dos fundadores do Conselho do Jovem Empreendedor de Toledo, em 2005, do qual foi presidente na gestão 2010-2011. Antes de assumir a presidência da ACIT, havia atuado por cerca de oito anos em diretorias diversas, entre elas, Feiras e Comércio.
Acompanhe a entrevista a seguir.
– A Indústria, o comércio e a prestação de serviços em Toledo, como o senhor avalia estes segmentos? Toledo é o maior polo industrial do oeste do Paraná e se destaca pela variedade. São indústrias formadas em cima das cadeias do agronegócio, principalmente suínos e aves, e o efeito de desenvolvimento dentro das micro e pequenas empresas dessa cadeia é muito grande, porque há um ciclo de demanda muito alto em cima de manutenção em máquinas e equipamentos. O município tem se destacado nessa questão e as perspectivas são positivas; é claro, também se aguarda que o governo promova nos próximos meses as reformas estruturantes que são muito importantes para a indústria e que dão base para o investimento. Neste sentido, a expectativa é muito boa, já que o comércio e a prestação de serviços são setores que geram muito emprego. Muitas empresas estão vindo em função do desenvolvimento da cidade, que é organizada que atrai investidores e dentro dessa perspectiva de ampliação, acreditamos que Toledo tem crescido substancialmente, com índices maiores que a média do Paraná e também é a cidade que mais cresce na região. As perspectivas são positivas e nós, como entidade representativa do empresariado, devemos buscar cada vez mais a capacitação desses empresários para que as suas empresas possam sobreviver diante dos desafios que possuem.
– Por que investir em Toledo? Toledo faz parte do ranking das 100 cidades do país para investir em negócios. Está na 43ª posição do país e a 5ª entre as cidades do Paraná. Esse dado é da pesquisa realizada pela revista Exame, no ano passado. O município é reconhecido pela força do agronegócio; como polo universitário; possui cerca de 600 indústrias, entre elas, se destacam, como a BRF, maior frigorífico de aves da América Latina, uma das maiores indústrias do ramo farmacêutico do Brasil, a Prati-Donaduzzi, a maior indústria de fiação do Paraná, Fiasul, entre tantas outras, tem um inovador parque tecnológico em implantação, o Biopark. Possui um setor de comércio e prestação de serviços diferenciado. Toledo também tem posição de destaque por acumular um dos maiores Índices de Valores Brutos da Produção Agropecuária do Brasil, que neste ano é superior a R$2,2 bilhões. Nosso município tem um crescimento que se destaca no Estado, tem um ambiente de negócios propício para investimentos e vem se tornando cada vez mais atrativo.
– Quais as expectativas para o segundo semestre? O segundo semestre promete ser mais positivo, as atividades econômicas devem ser ampliadas. Os empresários estão aguardando muito a reforma da Previdência, e isso deve trazer um novo ânimo ao mercado e também quanto às perspectivas de investimento. Além disso, com a proximidade do final do ano, principalmente com a data do Natal, acaba movimentando muito mais, principalmente, o varejo e por conta disso, as atividades econômicas e seu ciclo de desenvolvimento devem ser ampliar. Com a reforma da Previdência deve se discutir também a questão da reforma Tributária, o ajuste das despesas do governo, tanto no nível federal, quando estadual e municipal. Percebemos que os governos estão preocupados, até porque o contribuinte tem cobrado esse posicionamento dos governos no sentido de ajustes, para fazer uma gestão cada vez mais eficiente. Essas reformas acabam influindo nas decisões de investimentos, e com isso, o segundo semestre também deve ser um pouco mais destravado.
– Como o senhor avalia a Reforma da Previdência? Como empresário e presidente da ACIT, nossa posição é totalmente favorável às mudanças na Previdência Social. O Brasil necessita urgentemente de inúmeras reformas e acreditamos que não temos mais tempo para perder. É a posição da nossa diretoria e recentemente a nossa coordenadoria das Associações Comerciais, a Caciopar, emitiu uma Carta Aberta em que defende esta e outras reformas. Ressalta que o país precisa de uma estrutura de Estado moderna e enxuta. A Previdência Social hoje tem privilégios, consome muitos recursos públicos. É preciso corrigir os desequilíbrios. O objetivo não é tirar dos que têm menos, mas combater os vícios. Sem a reforma, em poucos anos não haverá dinheiro para pagar os benefícios e inclusive os donos dos grandes valores serão prejudicados e ficarão sem sua renda. Não podemos manter regimes especiais de Previdência, é preciso que todos acabem sendo colocados no mesmo patamar de isonomia. Qualquer situação específica precisa ser muito bem analisada.
– E a tão esperada Reforma Tributária? Como falamos antes, nosso país necessita de profundas mudanças para que volte a crescer. O Brasil possui um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, com milhares de normas e regras difíceis de entender. Além de simplificar e desburocratizar, é fundamental tirar a carga pesada que recai sobre as empresas, impedindo-as de produzirem mais e crescerem, de serem mais competitivas no mercado internacional. Depois da reforma da Previdência, sem dúvida a reforma Tributária é a mais desejada, principalmente pelo setor empresarial. O retorno do Estado na contrapartida aos impostos pagos é muito pequeno. A carga tributária chega a quase 34% do PIB, índice muito grande, e a transferência de renda do setor privado para o setor público acaba inibindo o investimento. A solução para o país o investimento, a criação de novas empresas, o fortalecimento das que já existem para geração de emprego e renda. E essa renda cada vez mais precisa ficar no bolso do cidadão e não passar para o Estado. Este modelo, ele está praticamente esgotado, o Estado se tornou um fim em si mesmo, cheio de privilégios, difícil de ser administrado por conta dos entraves, da própria legislação. É preciso repensar tudo isso, a reforma Tributária se faz necessária no sentido de diminuir esta carga sobre o mercado que produz.
– Qual o papel e a importância da Acit para o Município e para as empresas? A ACIT tem uma história de mais de 51 anos, é uma das mais sólidas e tradicionais entidades de caráter associativo de Toledo. Desde que foi criada, sempre esteve presente nas grandes causas da comunidade local e também regional. Desde a instalação da agência dos Correios, da agência do Banco do Brasil, a interligação asfáltica entre Toledo e Cascavel, subestação da Copel, até grandes conquistas da atualidade, como a reativação do aeroporto municipal, foi decisivo o envolvimento da ACIT. Na verdade, a história da entidade está interligada ao desenvolvimento do município. Sempre pautada pelos princípios associativistas, sua atuação não se restringiu a representar e defender o empresariado, mas sempre buscou as melhorias tendo em vista o coletivo. Atualmente a ACIT congrega mais de 3500 empresas de Toledo e por meio a união de esforços faz com que os interesses dessa classe sejam mais efetivos e tragam benefícios ao setor empresarial. É uma das maiores e mais representativas Associações Comerciais do Brasil e que traz benefícios importantes para empresas associadas e colaboradores a ela vinculados.
– O Orca Contabilidade atua há 25 anos em Toledo e região, conta com a certificação ISO 9001-2015. Como o senhor avalia a importância da Contabilidade para as empresas e para a economia? Independente do porte da empresa, a contabilidade é fundamental para o funcionamento do negócio. Hoje o profissional de contabilidade cuida não apenas das questões fiscais e burocráticas, mas também auxilia o empresário a tomar decisões em sua empresa. O setor de contabilidade evoluiu muito e pode atuar de forma a orientar as empresas a terem melhor controlado as finanças, a decidir sobre investimentos. É essencial para a economia como um todo e para cada empresa particularmente.
Por Jane Rita Müller Lentcsh/Assessoria de Comunicação Orca Contabilidade e Maristela Moraes/Assessoria de Comunicação Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit)